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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Descoberta do Quasar mais distante (até agora)

Notícia retirada na íntegra do site da Agência FAPESP.


O quasar mais distante de que se tem notícia foi descoberto por um grupo de astrônomos. A emissão do objeto astronômico levou 12,9 bilhões de anos para chegar até a Terra, o que significa que foi emitida apenas cerca de 770 milhões de anos após o Big Bang.

A descoberta foi descrita na edição desta quinta-feira (30/06) da revista Nature. O quasar foi identificado por meio de alguns telescópios de grande porte, principalmente o Gemini e o Very Large Telescope (VLT). O Observatório Gemini, com telescópios no Havaí (utilizado no estudo) e Chile, é operado por um consórcio de vários países, entre os quais o Brasil, e contou com apoio da FAPESP. O VLT é operado pelo European Southern Observatory (ESO ou Observatório Europeu do Sul), organização composta por 15 países, dos quais o Brasil é o único não europeu. O VLT está localizado em Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no norte do Chile.

A emissão de luz do quasar, produzida por um buraco negro com massa 2 bilhões de vezes maior do que a do Sol, é de longe o objeto mais brilhante já identificado da infância do Universo.

“Esse quasar é uma marca fundamental do Universo inicial. Trata-se de um objeto muito raro que nos ajudará a compreender como os buracos negros supermassivos cresceram alguns milhões de anos após o Big Bang”, disse Stephen Warren, do Imperial College London, um dos coordenadores do estudo.

Quasares são formações astronômicas distantes – não se encontram na Via Láctea – que se acredita serem alimentados pelos discos de acreção de buracos negros supermassivos no centro de galáxias.

O quasar agora descoberto, denominado ULAS J1120+0641, não é o objeto mais distante já identificado – a explosão de raios gama denominada eso0917, por exemplo, ocorreu cerca de 170 milhões de anos antes –, mas é mais brilhante que qualquer outro desses objetos do Universo primordial.

A massa do buraco negro no centro do quasar é cerca de 2 bilhões de vezes a do Sol. Segundo o estudo, é difícil explicar a ocorrência de uma massa com tal dimensão tão pouco tempo após o Big Bang.

Teorias atuais para o crescimento de buracos negros supermassivos estimam um aumento lento na massa de objetos compactos, à medida que eles atraem matéria de seu entorno.


Eu acho fascinantes essas descobertas. Cada nova informação adquirida com essas grandes ferramentas que os seres humanos desenvolvem traz consigo mais um pacote de dúvidas. Há quem ache isso ruim. Eu acho isso espetacular. Me deixa cada vez mais animado para estudar, para aprender mais. As dúvidas, ou melhor, as perguntas a serem respondidas são infinitas. Cada resposta nos fornece mais um monte de perguntas. Isso faz a Ciência andar! Parafraseando o físico brasileiro Marcelo Gleiser: estaremos sempre limitados ao alcance das nossas ferramentas.

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