Notícia retirada do Portal Terra
Criado por Paulo Victor de Oliveira Miguel, o sistema de comunicação chamado de Ecolig traz uma evolução muito esperada: o fim do mouse e do teclado. Tudo o que você precisará usar será uma tiara, como a que você vê logo abaixo, para conseguir controlar todo o tipo de dispositivo eletroeletrônico.
Desenvolvido com o intuito principal de melhorar a interação dos deficientes físicos que não têm condições de utilizar interfaces comuns, o sistema precisa apenas de impulsos elétricos do cérebro. Esses são captados pela tiara que, então, traduz todos os seus pensamentos em ações, através da linguagem criada por Miguel.
Usando princípios que misturam biologia e semiótica - área da ciência que estuda a relação entre um objeto e seu significado -, Paulo acredita que seu sistema poderá ser utilizado de forma universal para quase todas as interações eletrônicas, com ainda mais qualidade que atualmente. Num exemplo usado por ele, apenas desejar ligar para seu pai ou sua mãe já realizará a ligação, sem a necessidade de adicionar um número de telefone.
O desenvolvedor do projeto também acredita que o desenvolvimento dessa tecnologia irá mudar o conceito da relação homem-máquina e que, embora ainda esteja longe da perfeição, logo atingirá níveis muito melhores, graças aos vários outros projetos semelhantes em desenvolvimento ao redor do mundo.
Eu fico muito contente com esses esforços para realmente tornar as tecnologias atuais acessíveis a todos. Os programas de computador de hoje são extremamente mais simples de usar do que os de vinte anos atrás. Mas existe um grande grupo de pessoas que não conseguem utilizá-los pelo simples fato de não conseguir manipular o hardware do computador. Eu tive um aluno assim, extremamente inteligente (mais do que todos os outros colegas de turma), mas ele tinha um problema degenerativo que o impossibilitava de falar e andar. Para se comunicar, a acompanhante dele tinha um método todo especial, onde ela usava números e letras para inferir que palavra ele queria dizer. Eles eram até ágeis, mas mesmo assim, para formar uma frase, demorava um pouco (valia a pena esperar porque sempre eram comentários que enriqueciam a aula). Eu ficaria muito contente (e esse meu ex-aluno também) se ele tivesse um equipamento como o da foto, ligado a um software que transformasse as ideias dele em palavras, escritas ou faladas. Seria realmente espetacular para ele, e para tantos outros que, assim como ele, são pessoas espetacularmente inteligentes mas que estão presos a limitações físicas.
Só para ficar com um bom exemplo de tecnologia a serviço dos que realmente precisam, lembremos do grande físico teórico Stephen Hawking. Mesmo limitado por uma grave doença, mas com o auxílio da tecnologia, se tornou um dos maiores divulgadores da Ciência atual (para mim, em primeiro plano ao lado de Carl Sagan).
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