Leitura recomendada

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  • O relojoeiro cego;
  • deus não é grande;
  • A escalada do monte improvável;
  • O gene egoista;

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Eduardo Kac


Em uma conversa informal em uma das escolas em que eu trabalho, um colega professor de Arte me falou de um artista contemporâneo chamado Eduardo Kac. Pesquisando um pouco a respeito dele, descobri algo que me impressionou bastante.
Descobri que ele mistura Arte e Biotecnologia! Uma de suas obras consistiu em utilizar a tecnologia do DNA recombinante para inserir em um coelho o gene de uma espécie de água-viva que confere a ela a habilidade de refletir luzes fluorescentes (no caso, verde fluorescente). Aí ele criou um coelho de pelagem branca que quando iluminado corretamente, fica verde fluorescente!

Esse é o tipo de trabalho que JAMAIS passaria pela comissão de ética de uma universidade ou centro de pesquisa. Mas o objetivo dele era fazer arte... ele não se prende a essas amarras do politicamente correto. 

Muitos, com toda a certeza do mundo, o criticaram, criticam e ainda o criticarão por muito tempo, mas eu o elogio. Isso porque:
- Trabalhos como esses mostram que áreas de atuação geralmente afastadas pelas nossas condutas do dia-a-dia;
- A arte como ferramenta de divulgação científica atinge um público muito maior do que qualquer periódico, simpósio ou congresso;
- O trabalho dele não causou nenhum prejuízo ao animal (possivelmente pode até ter trazido um benefício, pois um coelho que brilha deve atrair muito mais fêmeas - mas isso precisa ser testado antes que se possa afirmar);
- Essa conduta irreverente dos artistas, de fugirem às regras e realizarem coisas tidas como "proibidas" já trouxe imensos benefícios à humanidade, que o diga os artistas renascentistas, pioneiros em descrever a anatomia humana.

Vou concluir o post com a tradução da biografia do Eduardo Kac, disponível no site dele e algumas fotos das obras dele que combinam arte e biotecnologia.

Biografia - Eduardo Kac

Eduardo Kac é internacionalmente reconhecido por sua arte de telepresença e biologia. Um pioneiro da arte das telecomunicações na década de 80 pré-Web, Eduardo Kac (pronuncia-se "Katz") surgiu no início dos anos 90 com suas obras radicais combinando telerobótica e organismos vivos. Sua integração visionária da robótica, biologia e networking explora a fluidez das posições de sujeito no mundo pós-digital. Seu trabalho trata de questões que vão desde a mito poética de experiência online (Uirapuru) para o impacto cultural da biotecnologia (Gênesis), a partir da condição de mudança de memória na era digital (Time Capsule) a ação coletiva distribuído (Teleporting um Estado Desconhecido), a partir da noção problemática do "exótico" (Rara Avis) para a criação da vida e evolução (GFP Bunny). No alvorecer do século XXI Kac abriu uma nova direção para a arte contemporânea com sua "arte transgênica" - primeiro com um pedaço inovador, intitulado Genesis (1999), que incluiu um "gene de artista" que ele inventou, e depois com " GFP Bunny ", o seu coelho fluorescente chamada Alba (2000). Trabalho de Kac tem sido exibido internacionalmente em locais como Art Sair e Feldman Ronald Fine Arts, New York; Maison Européenne de la Photographie, Paris, e Lieu Unique, Nantes, França; Art Center OK Contemporânea, Linz, na Áustria; Fundación Telefónica, Buenos Aires; InterCommunication Center (ICC), Tokyo, Seoul Museum of Art, Coréia, Zendai Museu de Arte Moderna, Shanghai. Trabalho de Kac tem sido exibidos em bienais como a Trienal de Yokohama, Japão, Bienal de Gwangju, na Coréia, e Bienal de São Paulo, Brasil. Seu trabalho é parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York, o Museu de Arte Moderna de Valência, Espanha, o Museu ZKM, Karlsruhe, Alemanha, eo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre outros. Trabalho de Kac tem sido destaque tanto em publicações de arte contemporânea (Contemporânea, Flash Art, Artforum, ARTnews, Kunstforum, Tema Celeste, Artpress, NY Arts Magazine), livros de arte contemporânea (Phaidon, Thames and Hudson, Oxford, MIT Press) e na mass media (ABC, BBC, PBS, Le Monde, Boston Globe, Washington Post, Chicago Tribune, New York Times). Kac recebeu muitos prêmios, incluindo o Golden Nica Award, o prêmio de maior prestígio no campo da mídia e das artes o mais alto prêmio concedido pela Ars Electronica. Ele ministra palestras e publica em todo o mundo. Seu trabalho está documentado em seu site. Eduardo Kac é representado pela Galeria Factoria, Santiago de Compostela, Espanha; Galeria Black Box, Copenhagen e Linz, e Laura Marsiaj Galeria, Rio de Janeiro.


Fotos das obras envolvendo biotecnologia:
Coelho fluorescente (GFP Bunny)

Edunia
Petúnia expressando o DNA do próprio artista (Edunia)

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